Projeto Águas do Amanhã quer recuperar o rio Iguaçu

O Rio Iguaçu, conhecido mundialmente pelo espetáculo oferecido pelas suas águas nas Cataratas do Iguaçu, está ameaçado. Alguns trechos do rio, onde ficam as suas nascentes, na região da bacia do Alto Iguaçu, estão mortos. Suas águas estão escuras, com mau cheiro e acumulam lixo.

Para mobilizar a sociedade em prol da recuperação do Rio Iguaçu, a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) lançou o projeto Águas do Amanhã. A intenção é colocar em prática um programa de ações para sensibilizar, conscientizar e instigar os paranaenses para uma agenda comum de conservação, tendo como foco a gestão e utilização responsável dos recursos hídricos da região. As ações serão concentradas em Curitiba e Região Metropolitana, onde está localizada a bacia do Alto Iguaçu.

Além da importância de suas águas, o Rio Iguaçu abriga em sua área de influência uma rica biodiversidade e paisagens belíssimas. Na região de Curitiba, o lixo se acumula em suas margens, expandindo inclusive, para as Áreas de Preservação Permanente.

“A melhoria da gestão dos recursos hídricos vai contribuir não apenas para a melhoria da qualidade das águas, mas também para a recuperação das áreas de preservação permanente e consequente manutenção dos estoques de carbono”, explica o engenheiro ambiental e coordenador técnico do projeto “Águas do Amanhã”, Eduardo Gobbi.

Para atingir este objetivo serão realizados até o final deste ano quatro fóruns especiais com representantes do poder público, sociedade civil, indústria e comércio, e agricultura para elaborar um diagnóstico e consolidar informações sobre a bacia do Alto Iguaçu.

As informações servirão de base para elaborar um plano de metas e ações para a gestão dos recursos hídricos da região, que será implementado por grupos de trabalhos, divididos por setores. A intenção é agregar esforços a ações que já estão em andamento, e somar outras, que contribuam para a regular o setor de saneamento e identificar fontes de financiamento.

“Vamos priorizar ações e criar mecanismos para que sejam colocadas em prática por meio da articulação interinstitucional. Hoje, existem ações isoladas e escassez de recursos, o que inviabiliza os projetos de conservação do rio”, explica o coordenador técnico do projeto e engenheiro ambiental, Eduardo Gobbi. Outra proposta é levantar casos de sucesso que possam ser replicadas.

Atualmente, aproximadamente 80% da poluição do Rio Iguaçu é gerada por esgoto doméstico e poluição difusa e 20% por esgoto industrial. Os resíduos chegam ao rio depois de serem lançados em seus afluentes, como o rio Belém e o Atuba.

Além de ser o rio mais importante do Paraná e cortar o estado de Leste a Oeste, o Iguaçu tem uma importância estratégica para o país, já que gera cerca de 7% de toda a energia elétrica produzida no Brasil.

“Vamos usar o poder de mobilização que temos por meio da comunicação para incentivar a sociedade, parceiros e o poder público para elaborar um plano de ações para a conservação do Rio Iguaçu. Não podemos nos omitir e deixar que o principal rio paranaense padeça ainda mais por falta de ações”, diz Milena Seabra, diretora de Marketing Corporativo da RPC.

O projeto pretende se tornar um modelo de responsabilidade socioambiental, ser pioneiro nas suas ações e desenvolver práticas que possam ser replicadas em todo o país. O Águas do Amanhã é uma realização da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), por meio do Instituto RPC e do Lupaluna Ambiental. O projeto conta com o patrocínio do HSBC e o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fundação Roberto Marinho, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e Agência Nacional de Águas (ANA). Com informações da assessoria.